top of page
  • Carlos Rio

A Brama dos veados

A brama dos veados é um espectáculo da natureza que ocorre durante o Outono, quando os veados entram no período de acasalamento. Nesse momento, as florestas, os montados, as montanhas, ganham vida com os sons profundos e ressonantes dos veados machos que emitem um som característico conhecido como "bramido". Esse som é uma mistura de grunhidos e rugidos graves que ecoam pela paisagem, anunciando aos outros veados machos sua presença e disposição para a competição.

A brama serve para atrair fêmeas através do bramido que escolherão os machos mais fortes e saudáveis como parceiros de acasalamento. Durante esse período os veados competem entre si pela atenção das fêmeas, exibindo suas impressionantes hastes e força em confrontos físicos de grande expressão. Essas batalhas não costumam ser letais, mas servem para determinar a hierarquia entre os machos.

A brama dos veados é um espectáculo impressionante para os observadores da natureza, que podem testemunhar esses majestosos animais em acção nas florestas e campos durante o Outono. É um exemplo vivido de como a natureza se adapta e se renova, garantindo a continuação da espécie e mantendo o equilíbrio dos ecossistemas onde esses magníficos animais habitam.

Há anos que fotografo em Portugal este magnífico espectáculo do mundo natural, em três regiões principais: o Parque Natural de Montesinho, Serra da Lousã e Parque Natural do Tejo Internacional. Estes são, do meu ponto de vista, os melhores spots para fotografar e observar este magnífico show que o mundo natural nos oferece!

Este ano fui pela primeira a vez a Espanha para fotografar os senhores dos bosques. O ambiente é igual ao do Tejo Internacional nos locais onde costumo fotografar (região de Castelo Branco, Rosmaninhal e Segura). três dias intensos de safari, procura, espera paciente e de pouco tempo para dormir, mas que valeram muito a pena. Os três dias foram conduzidos no campo pelo fotógrafo espanhol Antonio Liébana e os resultados, mesmo com as condicionantes que a meteorologia impôs, foram fantásticos porque consegui fotografar todos os momentos da Brama: os bramidos dos grandes machos que fazem vibrar a nossa caixa torácica, as lutas, as cópulas! Foi também possível fotografar os Veados como eu gosto: enquadrados no seu ambiente, a sua graciosidade, o seu estado de alerta permanente, a interacção entre os indivídos, as imagens em contraluz ao nascer e ao pôr do sol...

A foto em cima mostra um macho adulto, enorme, a bramir com toda a força!



Em baixo é um macho mais novo que tenta chegar-se ao harém do mais velho, desafiando-o!



Os veados estão sempre em alerta! Ao mínimo som ou movimento tentam perceber o que se passa e normalmente afastam-se mesmo não observando nada. E nesta altura do ano os machos sobretudo estão desconfiados de tudo com muita mais intensidade do que é normal.



Apesar do seu tamanho, deslocam~se com grande graciosidade sobretudo quando galopam! Estes são dos momentos que eu mais gosto de fotografar.



A forma como animais com este porte desaparecem quando se embrenham no meio dos matos é quase um passe de magia! Por vezes ficam imobilizados por muito tempo e assim são praticamente impossíveis de serem detectados. Este macho estava a começar a embrenhar-se no meio deste núcleo de Esteva.



Um jovem fêmea afastou-se do grupo e, curiosa, atrevida, aproximou-se do sobreiro que servia de esconderijo ao fotógrafo! Mas não abusou... Permitiu três ou quatro fotografias e rapidamente voltou para junto do grupo, onde se sente mais protegida!



Normalmente em todas as missões fotográficas há uma fotografia que eu chamo a fotografia da sorte!

É nesse momento qua a primeira luz do dia surge por trás da colina e permite fazer as fotografias em contraluz! Ainda por cima foi possível fixar o momento em que um Estorninho ia limpando os insectos que incomodavam o macho mais velho, bicando o deu dorso e barriga!


bottom of page