
Devo dizer que o nome da Raposa, dado que há pessoas que lhe chamam Margarida e outras que lhe chamam Rita, para facilitar fui eu que inventei!
A Marguerita é uma Raposa que todos os dias, mais ou menos ao fim da tarde, aparece na aldeia de Castro Laboreiro e vai "pedir" comida aos restaurantes, aos cafés e a algumas casas particulares. As pessoas andam preocupadas com ela pois acham que está a ficar demasiado magra e estão tão habituadas a estas visitas diárias que gostavam de fazer alguma coisa para melhorar o que acham ser um estado doente do animal. Não quero falar sobre essas questões que têm a ver com o facto de se intervir ou não, de se alimentar ou não... Sei que as pessoas adoram a Marguerita! Disseram-nos que deveria estar na hora dela aparecer na aldeia e fomos procurar. Logo demos com ela à porta de um restaurante!

Como dali parecia que não vinha nada, a Raposa Marguerita resolveu tentar no outro lado e logo se deslocou pelas ruas da aldeia para outro lado. Resolvemos dar alguma distância e segui-la!

Percebemos que nem sempre usa as ruas da aldeia: por vezes atalha por uns quintais de casas desabitadas!

De vez em quando também vai até aos campos por trás das casas da aldeia e enquanto caminha até ao próximo ponto de pedincha vai caçando uns insectos.

Mais um obstáculo neste atalho até ao próximo restaurante, mas nada que a impedisse de prosseguir.

Ela sabia que a seguíamos e de vez em quando parava e olhava para nós como se estivesse a perguntar "o que querem de mim", mesmo com a distância e o espaço que lhe dávamos.

O António disse: "Pelo que caminho que vai, tenho a certeza que vai aparecer na estrada ao lado da nossa casa!" Confiando na experiência do António lá fomos até casa. Ficamos à porta na conversa com umas pessoas quando uns minutos mais tarde a Marguerita aparece na esquina, conforme o António disse! Ficou parada a olhar para nós quase a pedir para a deixarmos passar a estrada pois estava na hora de ir ao outro restaurante e enquanto isso a Sónia foi buscar algumas fatias de fiambre.
E foi aí que a magia aconteceu para mim que adoro este animal!




Bem sei que, pelo comportamento da Raposa, podia pegar num pedaço de fiambre ou comprar uma asa de frango no supermercado e fazer com que a Marguerita comesse num local com árvores, grandes ervas, uns arbustos, que há ali perto e fazer umas fotos a dar a ideia que fotografei uma Raposa muito selvagem e que foi muito difícil de conseguir tal feito, mesmo que distraidamente deixasse mostrar a asa de peru comprada no supermercado! Mas não, as fotos foram mesmo feitas na aldeia de Castro Laboreiro, onde o animal desde há muito tempo tem este comportamento. Só tive a sorte de a encontrar junto ao restaurante e de a ir seguindo e fotografando até que ela me permitiu, quando passou junto a casa, que a alimentasse. E como esta eu sei que há mais noutras aldeias por esses montes fora! Quem tem coragem de matar um animal destes? Porque têm prazer em matar este animal? Longa vida à Marguerita e bem hajam todos em Castro Laboreiro porque querem vida!
Agradeço ao companheiro Rui Lemos as fotos que me fez e à Just & Nature pela forma como me recebeu em Castro Laboreiro.
Comments